Breve introdução histórica

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A história do SPT, segundo CAVALC?ANTE (2002), é marcada por quatro fases distintas.

Breve_historia

Primeira fase:

  •  Engenheiro CHARLES R.GOW iniciou os processos dinâmicos de cravação em terreno obtendo assim as primeiras amostras associadas a esses processos.
  • Os processos dinâmicos de cravação introduzidos pelo engenheiro permitiram obter amostras de melhor qualidade sem causar ?grandes perturbações do solo.
  • Possível relacionamento entre os resultados obtidos com certos parâmetros geotécnicos através de métodos empíricos ou semi-empíricos.
  • Escassez de registos (do modo de execução do ensaio dessa época, principalmente, a altura de queda do martelo, o peso do martelo, o modo de contagem do número de golpes) limitou muito a análise do ensaio.

Segunda fase: 

  • O início da segunda fase foi marcado pelo aparecimento de um amostrador, também conhecido por amostrador do tipo Raymond, foi desenvolvido pela Raymond Concrete Pile e a The Gow Company.
  • Esse amostrador era constituído por três partes (cabeça, corpo central e boca). A principal característica desse amostrador era o facto de o corpo central ser bipartido, o que facilitava imenso a recolha e visualização da amostra adquirida no ensaio.
  • A qualidade das amostragens ficou muito mais aperfeiçoada com o aparecimento do amostrador, isto porque este preservava grande parte das características naturais dos solos.

Esquema_base_do_amostrador_tipo_Raymond

Figura 1 - Esquema base do amostrador tipo Raymond

  • O início dos anos 30 coincide com o aparecimento das primeiras tentativas, de padronização da cravação do amostrador. O amostrador era cravado no terreno por acção da queda de um martelo de 0,62 kN. A altura da queda do martelo correspondia a 762mm, sendo que, a resistência do solo à penetração do amostrador seria fornecida pelo número de golpes necessários para cravar o amostrador 304,8 mm (FLETCHER, 1965).
  • Publicação do livro de TERZAGHI & PECK em 1948 que aborda os vários aspectos do SPT. Apresenta as primeiras correlações entre a resistência à penetração e a compacidade das areias (BROMS & FLODIM, 1988). A maioria das normas relativas ao SPT existentes actualmente baseiam-se neste livro.
  • HVORSLEV, em 1949 publicou um trabalho no qual apresenta as correlações entre a resistência à penetração do amostrador e a consistência dos solos.

Terceira fase:

  • Primeiras tentativas de padronizar o ensaio, visto que até a data tal não se verificava.
  • JAMES D. PARSON, o primeiro a tentar padronizar o SPT em 1954. Ele propôs o registo do número de pancadas necessárias para cravar o amostrador para cada um dos três intervalos de 152 em 152 mm (FLETCHER, 1965) e defendeu que o resultado da resistência à penetração do amostrador fosse dada pela menor soma de dois dos três intervalos ensaiados.
  • TERZAGHI & PECK (1948) propuseram que o resultado do ensaio seria fornecido pela soma dos dois últimos intervalos ensaiados.
  • Surge a primeira norma (ASTM D1586/58T). Esta formalizou que o primeiro intervalo de cravação (152 mm) correspondia ao intervalo de assentamento do amostrador. Tal conclusão teve como apoio trabalhos de TERZAGHI &PECK (1948); FLETCHER (1965, 1967); LO PINTO (1966); SCHNABEL (1966) e GEISSER (1966). Esses trabalhos demonstram que o número de golpes necessários para cravar o amostrador nos primeiros 152 mm é inferior comparado com os restantes intervalos de penetração. Tal facto relaciona-se com as perturbações do solo na base do furo, limpeza inadequada do mesmo, ou ainda pelo alívio de tensões devido à retirada da coluna de solo pela perfuração (PALACIOS, 1977).

Quarta fase:

  • Início das preocupações com as questões relacionadas com a energia que atinge o amostrador e, por consequência, com as perdas de energia no ensaio.
  • Esta fase fica marcada pelos primeiros trabalhos relacionados com este tema dos quais se destacam os seguintes: PALACIOS (1977), SCHMERTMANN (1976,1978,1979), SCHMERTMANN & PALACIOS (1979), KOVACS (1979, 1980, 1981 e 1994), KOVACS & SALOMONE (1982 e 1984), KOVACS et al. (1977 e 1978).
 

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