São os ensaios “in situ” que permitem constituir um conhecimento geológico e geotécnico, crucial na viabilização do projeto da obra em questão. De uma forma geral, possibilitam determinar as condições geológicas da zona de trabalho, conhecer os problemas geológicos que podem afetar a construção, quantificar os dados e parâmetros necessários para o projeto da obra e por conseguinte, definir critérios específicos para a mesma.
A tabela que se segue ajuda a clarificar a correlação entre as fases de um projeto com os estudos geológico-geotécnicos, referidos anteriormente.
As etapas descritas na tabela anterior desenrolam-se em tempos cronologicamente diferentes, o que permite programar os ensaios in situ de acordo com dados obtidos em fases anteriores do projeto.
É importante salientar que as investigações in situ têm de ser planificadas de acordo com o objetivo do projeto em questão. Por isso mesmo, tem de se ter em conta os seguintes fatores:
- Objetivos do projeto (ações e solicitações das estruturas sobre o terreno)
- Informação prévia disponível
- Condições geológicas regionais e locais
- Acessos e caraterísticas fisiográficas da zona
- Seleção dos métodos de investigação
- Orçamentos e prazos
A tabela que se segue permite demonstrar a influência que o meio geológico e o relevo têm na planificação dos ensaios in situ.
É de extrema conveniência que as campanhas sejam planificadas e supervisionadas por especialistas.
Estes têm de ter em conta os estudos prévios, de forma a planificar a campanha mais adequada, pois é em função dos dados obtidos nesses mesmos estudos que se selecionam as diferentes técnicas e métodos de investigação. Neste sentido seguem-se os seguintes critérios:
- Resolução e alcance dos métodos;
- Limitações dos métodos;
- Relação benefício-custo das técnicas de investigação a implementar.
O gráfico que se segue ajuda a perceber a relação falada anteriormente.
Figura 1 – Relação benefício-custo das técnicas de investigação in situ (De Freitas, 1992)
Relativamente a esta relação de benefício-custo, é importante referir que as técnicas de geologia de superfície e os reconhecimentos de campo são os que apresentam maior índice benefício-custo e os ensaios "in situ", são os que apresentam o índice benefício-custo menor, uma vez que o benefício e o custo apresentam, aproximadamente, a mesma grandeza. Ou seja, o benefício é relativamente alto, mas o custo também o é.