Na amostragem existem seis etapas que vão desde a furação até ao ensaio, e que se encontram representadas na figura 1.
Figura 1 - As seis etapas da amostragem.
Perturbações
A perturbação do solo pode ocorrer em diferentes etapas inerentes ao processo de amostragem, nomeadamente durante a furação, a cravação, o transporte, o armazenamento, a extrusão, ou ainda durante a preparação da amostra para ensaio.
Os mecanismos responsáveis pela perturbação, normalmente dizem respeito a variações do estado de tensão, deformações mecânicas, alterações do teor em água e do índice de vazios e alterações químicas. Alguns destes mecanismos perturbadores são inevitáveis, como por exemplo a alteração do estado de tensão. No entanto, outros podem ser minimizados e alguns mesmo eliminados.
A importância que cada um destes fatores comporta não depende apenas do método de amostragem utilizado, depende também do tipo de material a amostrar. Clayton et al. (1995) apresentam em síntese as principais causas de perturbação correspondentes aos processos de amostragem, que resumidamente se apresentam na tabela 1.
Tabela 1 – Causas de perturbação dos solos devido á amostragem (Clayton et al., 1995).
Os testes de laboratório dependem muito da amostragem, esta apresenta distúrbios no solo e influencia fortemente a estimativa das propriedades da terra.
A perturbação do solo geralmente ocorre numa grande variedade de fases de amostragem, tais como, a perfuração, a penetração do amostrador, o transporte, a extrusão e o corte, que são responsáveis pelo dano significativo e complexo.
As perturbações nas amostras que podem ocorrer após o procedimento da amostragem podem ser mais severas do que as que ocorrem durante as operações de furação e amostragem. Estas normalmente ocorrem durante o transporte, a extrusão da amostra, a preparação dos provetes ou a execução dos ensaios laboratoriais. As maiores alterações dizem normalmente respeito a variações do teor em água, efeitos de vibrações ou choques, problemas de congelamento ou sobreaquecimento e reações químicas. No entanto, estas perturbações podem ser minoradas ou mesmo eliminadas se se adotarem práticas cuidadas no manuseamento das amostras.
Na figura seguinte está representada uma ilustração detalhada do caminho típico da tensão da amostra desde o seu local original até aos testes de laboratório final.
Figura 2 - Exemplo genérico da trajetória de tensões sofrida pelo solo intato ate ser ensaiado.
